História do Matsuri em Curitiba
Com a emancipação política do Paraná em 1854 e com o incentivo do governo à colonização, Curitiba começou a ser definida graças a vinda dos imigrantes. Os japoneses apareceram na capital paranaense em 1915, com a chegada Mizumo Ryu. Começaram a vir em grande quantidade e a ficar na cidade a partir de 1924. Concentravam-se principalmente nos bairros Campo Comprido, Santa Felicidade e Uberaba.
Apenas a partir da década de 90 que se começou a fazer os matsuris, festivais japoneses que comemoram datas especiais. O primeiro Imin Matsuri (Festival da Imigração) foi sugerido por Seto ao presidente Rui Hara do Nikkei Clube, que fica no Uberaba. A missão era de arrecadar fundos para pagar despesas. O festival foi feito em junho de 1991, no ginásio do clube, sendo uma remodelagem da festa junina,
adaptada aos costumes dos japoneses.
A festa tinha o objetivo de reconquistar a cultura dentro da sociedade nipônica, pois muitos não sabiam da história dos imigrantes no Brasil. Com o seu sucesso, no mesmo ano, em setembro foi celebrado o Haru
Matsuri (Festival da Primavera).
Nasceu quando Hara resolveu criar a “semana cultural” durante a primavera, com apoio de Seto e Osaki.
Os festivais começaram a ser anuais e cresceram tanto, que o clube não comportava mais. Em 1993, o Imin Matsuri foi feito na Praça do Japão, ano que o Memorial da Imigração Japonesa” foi aberto. Rafael Grega, prefeito de Curitiba na época, fez a proposta para a Fundação Cultura de Curitiba para construir um “Templo Do Haikai”. Alice Ruiz, presidente da fundação, e Seto fizeram um projeto e passaram para o Hitoshi Nakamura, secretário do Meio Ambiente, que juntamente com sua equipe construiu um edifício influenciado pelo Kinkakuji, que fica em Kyoto.
Mais uma vez os festivais cresceram e a Praça do Japão não era mais o suficiente para receber os visitantes. O Haru Matsuri de 1993 foi feito no Parque Barigui. O prefeito da época não aprovou o novo local, pois ele tinha criado a praça justamente para que a comunidade nikkei realizasse seus eventos. Os matsuris já haviam conquistado o título de maior feira gastrônomica de Curitiba, mas em 2005 é criado o Hana Matsuri (festival das flores, ou ainda o Natal de Buda), para comemorar o nascimento do primeiro Buda.
No mesmo ano, os festivais passaram a ser em espaços maiores, pois o público era superior a 35 mil pessoas. No Museu Oscar Niemeyer foram realizados o Hana Matsuri e o Haru Matsuri e apenas o Imin Matsuri ficou na praça do Japão.
No ano de 2006, todos os festivais foram em lugares grandes, com exceção do Hana Matsuri de 2007, realizado na Praça do Japão. O festival teve a presença de cerca de 40 mil pessoas, 39 entidades independentes no Nikkei Curitiba participaram e 21 departamentos do clube.
No festival distribui-se informativos com história dos matsuris, lendas japonesas e nóticias sobre a comunidade. Outro resgate cultural é o uso da moeda Matsuri nos eventos, um dinheiro interno para compra de comidas, que também serve como um controle financeiro.
O jovens são os que mais comparecem aos eventos. Mesmo tendo o objetivo de manter a cultura japonesa na comunidade nikkei, os festivais também abrem portas
para várias demonstrações de descendentes ou não, da cultura pop.
“O verbo transgredir é cada vez mais praticado nos matsuris de Curitiba. As pessoas deixam as mesmices de lado, vestem como querem e vivem suas fantasias
esquecendo obrigações diárias, os estresses, o trânsito e os chatos que nos rodeiam”. (PLANETA ZEN, 2005, p.4)
CONTATO
Trabalho de Multiplataforma
Alunos responsáveis:
André Luiz Morais
Heloise Simões
Kamilla Deffert
Markus Kalebe
Phaenna Assupção
Talita Brasileiro
GALERIA
Os mistérios da Cultura
A Gastronomia Japonesa
A cultura japonesa foi muito difundida ao redor do mundo e, no Brasil não foi diferente. A culinária típica japonesa chegou ao país e sofreu algumas modificações nos temperos usados.
Quando primeiros japoneses chegaram ao Brasil a bordo do navio Kasato Maru, tiveram grande dificuldade em se adaptar a alimentação brasileira, o famoso, arroz com feijão, já que, no Japão a consistência do arroz é outra e o feijão é comido de forma doce. Quando vieram ao país, os imigrantes trouxeram com eles, frutas, vegetais e legumes que não faziam parte da culinária brasileira da época, alterando assim, um pouco da alimentação dos brasileiros.
A culinária típica japonesa popularizou no Brasil, em São Paulo, por exemplo, a adesão à culinária é tão grande que o sushi [arroz temperado com molho de vinagre, combinado com algum tipo de peixe ou vegetal] é encontrado em buffets por kilo, churrascarias, supermercados e sacolões.
Nos eventos da imigração japonesa comemorados em Curitiba são servidos entre vários pratos, os mais conhecidos como:
• Temaki: cone feito de alga, recheado com arroz, peixe. É feito para comer com as mãos, sem o uso de hashi;
• Yakisoba: macarrão (próprio para esse prato) acompanhado de legumes e molho de shoyu.
• Gyoza: Pastel de Carne de Porco Frito e repolho, são cozidos no vapor e assados numa chapa com óleo.